A população da freguesia do Paul do Mar vive nos próximos dois dias a celebração do seu padroeiro. Santo Amaro é alvo de predilecta devoção que junta residentes, emigrantes e romeiros que ontem desceram o Caminhos dos Zimbreiros com intuito de pagarem as suas promessas. É costume os pauleiros organizarem tudo com quatro festeiros. Não só para equilibrar as despesas, mas também para garantir um cerimónia digna e forte. Aqui como em quase todos os arraiais madeirenses, a 'pujança' da festa mede-se pela quantidade de animação, pela extensão das ornamentações e pela largada de fogo. Por norma, o arraial é organizado ciclicamente: num ano por gente ligada ao mar e no seguinte por pessoas ligadas às lides da terra. Este ano, Timóteo da Silva Sérgio Gonçalves, Nelson Estrela e João Natividade Santos, todos capitães de pesca, conseguiram juntar algum dinheiro. Por serem precisamente homens do mar a organizar a festa, a procissão tem, este ano, um sentido diferente, percorrendo para o lado do cais em direcção ao mar - uma tradição a que todos já estão habituados. Manda a tradição que se enfeite as ruas com as tradicionais flores e arcos de musgo que emprestam às ruas da freguesia um brilho especial nesta altura. Mas, é a presença do bispo do Funchal, a primeira vez que D. António Carrilho se desloca à paróquia para celebrar à homilia do dia do Santo que está a gerar maior expectativa. "Será com emoção e particular satisfação que iremos ter pela primeira vez o nosso bispo na nossa comunidade. Por esse motivo, vamos entregar-lhe algumas recordações de maneira que fique registado a ocasião", aponta o presidente da Junta de Freguesia, José Silva. A devoção ao Santo é tão intensa naquela localidade de tradições antigas. O representante político do Paul do Mar recorda que "os tripulantes dos barcos deixavam 50% do ordenado para se poder organizar uma festa forte". Quando a missão revertia para a gente da terra, "o dinheiro da banana era separado de maneira que a festa não fosse menos forte", revela. Outra das característica que o tempo foi apagando era a vinda de muitos barcos do Caniçal e de Machico no porto de abrigo do Paul do Mar. "Chegavam muitos e com muita gente a bordo. Era um costume partilhado também por altura da festa de nossa senhora dos Milagres nós também deslocávamos até Machico de barco em romaria". Fonte: Diário de Notícias e Diário da Calheta

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