João Pedro Fernandes, o responsável da Banda Municipal Paulense desde 1993, espera por novas instalações. Uma das razões prende-se com o ensino das práticas musicais, uma actividade que foi interrompida. "Estamos a aguardar pela nova sede, que irá funcionar no Centro Cívico, para prosseguirmos com as aulas de música, diariamente, durante a tarde, para além dos ensaios da banda", começou por declarar.
Mas, como fez saber, os dirigentes e os músicos da filarmónica ainda terão de esperar mais algum tempo. "As instalações seriam entregues até ao final deste ano. Ou então, no início de 2010, mas cada vez mais precisamos delas", disse.
Formada por 27 elementos com idades entre os 15 e os 45 anos, a Banda Municipal Paulense procura 'resistir' à crise. "Através dos serviços que fazemos, retiramos uma parte para assegurar a manutenção dos instrumentos, que são adquiridos pelos músicos, porque a banda não tem capacidade financeira para suportar essa despesa".
Questionado sobre se os serviços, em tempo de 'aperto' escasseiam, João Pedro Fernandes foi objectivo. "Têm-se mantido porque as festas nas freguesias do Concelho da Calheta continuam. Mas, também estamos abertos a actuações em outros pontos da Madeira, como aconteceu por ocasião do Dia da Cidade da Funchal celebrado a 21 de Agosto".
Já no que respeita a novos elementos, o director artístico da Banda Municipal Paulense não tem motivos de queixa. " Temo-nos desenrascado, porque estamos numa freguesia onde cada família tem um músico na banda e como essa tradição, felizmente, está implementada, vai-se mantendo". Mesmo assim, sempre foi dizendo: "Mas alguns jovens, com 16 ou 17 anos, quando estão no auge como músicos, emigram. E esse é um problema que temos de ir resolvendo", rematou.
Cativar os jovens para as tradições
Nos horizontes de Iva Abiatti, presidente da Casa do Povo do Paul do Mar, o sonho de novas instalações também marca presença. "Iremos ter no Centro Cívico uma casa nova porque há muita coisa para fazermos. Mas, apesar das limitações da actual sede, vamo-nos remediando. E as pessoas juntam-se para cantarem as tradições como para participarem na Festa da Lapa, que foi excelente". E adiantou: "No próximo ano, a festa irá voltar-se para a emigração. Se bem que o primeiro dia seja dedicado ao concelho e onde as freguesias poderão participar. No segundo celebra-se o 'Sábado Pauleiro'. E no terceiro dia iremos assinalar os emigrantes".
"Era preciso mais alguns euros"
Mas é nos mais novos que Iva Abiatti centra as atenções. "Antes, as pessoas com mais idade voltavam-se para as tradições. Mas, hoje, os jovens também se interessam e um dos exemplos foi a Festa da Lapa, para além da nossa banda que é também muito jovem. E o interesse da Casa do Povo do Paul do Mar é captar o interesse dos jovens".
"Apoiamos os Wave Boys, uma banda pop/rock que toca dia 12 de Setembro no Porto Novo. Mas também há o Grupo Coral 'Totus Tuos' e o Orfeão que se esmeram nas suas presenças na Igreja. E quero que o Paul do Mar seja conhecido pelas suas tradições culturais. Mas há muita a coisa a fazer e era preciso mais alguns euros".
Os Wave Boys começaram em Dezembro de 2007, por brincadeira, mas querem ir longe, e até gravar um disco. "A nossa estreia foi em 2008, no Bar do Xavier. Tocamos originais em português. E, para além da Festa da Lapa, queremos tocar em outros locais da Madeira e talvez no final do ano gravemos um CD", disse Rogério Francisco (baixo), que integra o grupo com Wilson Correia (guitarra), Danilo Faria (voz) e Wiliam Garcez (bateria).
Fonte: Diário/José Salvador
Fonte: Diário/José Salvador
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