segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ecos da inauguração do campo do Paul do Mar, na imprensa regional

O presidente do Governo Regional exaltou ontem a qualidade de vida que os madeirenses têm. Durante a inauguração do relvado sintético do campo de futebol do Paul do Mar, Alberto João Jardim disse também que aquela não era uma obra qualquer, nem podia ser vista apenas como um investimento para os residentes.
«A Madeira tem condições extraordinárias para receber equipas estrangeiras, principalmente da Europa, que no Inverno não têm condições para praticar desporto, mas que procuram outros lugares para poderem treinar», disse o presidente, realçando que o campo sintético ontem inaugurado está localizado numa freguesia com um «clima excepcional, mesmo dentro do clima excepcional que é o da Madeira».A par disso, aquela freguesia e as limítrofes possuem já um conjunto de equipamentos hoteleiros que podem alojar equipas interessadas.Alberto João Jardim mostrou assim que o Paul tem todas as condições para acolher o turismo desportivo, embora reconheça que este tipo de actividade leva tempo a desenvolver-se.
Mas, como Jardim disse no início, o campo sintético não tem como fim exclusivo o turismo desportivo, vai servir também para aumentar a qualidade de vida dos pauleiros. A Madeira não é uma terra rica mas o presidente orgulha-se da qualidade de vida que os madeirenses adquiriram.
«A Madeira não é uma terra rica, a Madeira tem uma densidade populacional três vezes mais do que os Açores e do que o continente, 2/3 da Madeira é rocha, não temos hipótese de nos fixarmos lá, não temos petróleo, não temos ouro... Eu disse sempre, nós podemos nunca ser ricos mas vamos ter qualidade de vida», referiu, a propósito do lema que assumiu assim que se tornou presidente do Governo Regional em Março de 1978.
No entender do líder regional, ter qualidade de vida é poder chegar rapidamente ao Paul do Mar, ter melhores escolas e acesso à saúde». Resumindo: é «ter tudo aquilo que o ser humano, para viver melhor, tem direito a ter».
O Paul do Mar atingiu esse nível, nas palavras do chefe do governo. «Hoje, o que tem aqui, qualquer pequena cidade europeia tem. Não é diferente», comparou.«Hoje, eu vejo as bonitas senhoras do Paul bem vistas como as do Funchal - e até parecendo melhor, às vezes», exemplificou novamente, explicando que estas mudanças são também «produto da educação».
«Eu vejo os jovens casais desinibidos. Já não está a mulher escondida com um lenço preto na cabeça e o marido a tomar vinho na tasca. Não. Hoje, o marido, a mulher, o jovem casal faz uma vida mais sã. Isto é qualidade de vida», argumentou ainda.
Obra parada arranca até ao final do ano
Por outro lado, o presidente do Executivo madeirense disse ter ficado «muito satisfeito» com o anúncio do presidente da Câmara da Calheta, Manuel Baeta, que, momentos antes, havia dito que até ao final do ano as obras de construção do Centro Cívico iriam iniciar-se.
O centro será criado num edifício inacabado e decorre de um projecto apresentado recentemente pela Câmara Municipal da Calheta para a revitalização desse prédio. O Centro Cívico vai integrar um centro de convívio, a Casa do Povo, a Junta de Freguesia e ainda será a sede da banda de música do Paul do Mar.
Antes de terminar o discurso, o presidente do Executivo deixou ainda um conselho às centenas de pessoas que o ouviam.
«Não se importem na vossa vida que certo tipo de gente diga mal de cada um de vós. Há gente que é tão má, que tem tanta falta de carácter, que se disser mal de cada um de nós é uma honra para cada um de nós».
A obra
O arrelvamento sintético do campo de futebol do Paul do Mar é uma obra do Governo Regional que ascendeu a 1.100.000 euros. Construído há cerca de vinte anos, o campo de terra batida do Paul do Mar, para além de não conferir dignidade à freguesia, revelava-se insuficiente para responder às necessidades da população. A obra do Governo Regional contemplou não só o arrelvamento sintético do campo mas também incluiu o redimensionamento da bancada existente, de forma a melhorar as condições dos espectadores. Os balneários de apoio foram, também, alvo de melhorias.


Casa cheia, ontem, ao fim da tarde, na inauguração do piso sintético do Campo do Paul do Mar, com a realização de um jogo entre o Estrela da Calheta e uma equipa da freguesia do Paul do Mar (equipada com as cores do Vasco da Gama, do Brasil).
Alberto João Jardim, presidente do Governo Regional, logo deixou o desafio para a população do Paul do Mar constituir uma colectividade para competir nas provas regionais. O governante madeirense lembrou ainda que "em mais de três dezenas de anos de governação, sem promessas mas com trabalho, tem sido possível melhorar a qualidade de vida, mesmo sem sermos uma terra rica".
Depois apontou a necessidade de estabelecer uma simbiose entre o turismo e o desporto, sustentada também pela melhor localização da Madeira em relação aos países europeus, onde no Inverno ocorre uma paragem competitiva que obriga os clubes a recorrerem a estágios nesse período. O futebol na freguesia do Paul do Mar conta com profundas raízes além de uma forte rivalidade entre os grupos existentes na década dos anos setenta: Paulense e Santo Amaro, além dos particulares na época de Verão disputados entre Marítimo e Nacional.
A instalação desportiva da freguesia do Paul do Mar, apesar de não apresentar as dimensões impostas pela federação da modalidade (100x64), responde as necessidades dos dois clubes do concelho da Calheta (Estrela da Calheta e Prazeres), quanto ao futebol jovem. Mas será o Estrela da Calheta a usar o recinto para os diferentes escalões de formação.
O edil calhetense Manuel Baeta destacou o apoio do Governo Regional na remodelação da instalação desportiva. A mesma tem alto contributo para as duas colectividades do concelho, no campo da formação.
Com a entrada ao serviço deste sintético, restam dois campos de piso de terra, Campanário e Pizo (Câmara de Lobos), cujo arrelvamento, segundo Catanho José presidente do IDRAM, não está previsto.

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