quarta-feira, 18 de maio de 2011

Jardim diz que governo da Madeira não vai parar



O presidente do Governo Regional garantiu ontem que, apesar de Portugal «estar a ser governado por estrangeiros», e de ser natural que a Região vá viver «tempos de rigor», o «Governo da Madeira não vai parar».
A declaração foi feita na inauguração da nova lota do Paul do Mar, obra que, como disse Alberto João Jardim, era um dos compromissos que tinha feito ao povo daquela freguesia. Está cumprido.
O presidente do Governo salientou que, quem o conhece, sabe que quando promete faz e que, «quando não posso fazer digo logo que não».
Na opinião do líder do Executivo madeirense, não se pode estar a assumir compromissos que não se pode cumprir, embora tenha admitido que até podia ter feito «como outras pessoas», que prometem e depois não cumprem. «Comigo não! O que se pode fazer, faz-se; o que não se pode fazer não se promete», frisou.
Alberto João Jardim lembrou que há muitos anos vinha dizendo que Portugal iria acabar mal, se continuasse pelo caminho que vinha seguindo. Ninguém o quis ouvir. Neste momento, o país vê-se obrigado a cumprir ordens de estrangeiros.
Ora, no seu entender, esta situação irá ter «consequências terríveis», nomeadamente no custo de vida e no emprego.
«O meu papel é ver como é que a Madeira sente menos aquilo que está estabelecido para Portugal», disse o presidente do Governo Regional, salientando que não foram os madeirenses que criaram estes problemas. «Pelo contrário. Aqui foi-se trabalhando, foi-se fazendo as coisas», disse.
Alberto João Jardim lembrou também aquelas «vozes da Madeira» que, ao longo dos anos, se manifestaram sempre contra tudo o que estava a ser feito.
Admitindo que nem todas as pessoas gostem de si, o presidente do Governo Regional salientou que uma coisa não pode ser negada: a de que fez tudo a tempo, isto é, quando havia dinheiro para se poder fazer obra.
Um dos exemplos que deu foi o da lota ontem inaugurada, que irá melhorar a actividade piscatória daquela freguesia.
Apesar disso, o presidente do Governo avisou que «vamos viver tempos de muito rigor», mas garantiu que não irá parar. «Só quero é saúde para ir em frente», salientou.
Um dos problemas que detecta na Região é o de haver muita inveja na Madeira.
Alberto João Jardim defendeu que todos têm direito à vida e que, quando alguém tem mérito e consegue melhorar a sua vida, o que há a fazer é trabalhar tanto como essa pessoa. Não é invejar, até porque, conforme salientou, «quem inveja fica cheio de ódio, o que faz mal ao coração».
A título de exemplo da atitude de alguns madeirenses, Alberto João Jardim referiu aqueles que, não gostando dele, disfarçam e dizem que «o Alberto João até que é bom rapaz, mas tem uns malandros à volta dele».
Jardim considera que esta é uma forma covarde de atacar, até porque, sempre que pergunta quem são esses malandros que andam à sua volta, ninguém lhe dá qualquer exemplo. «Quando se acusa alguém, tem que se ter provas. Andam aí uns malandros à solta, que fazem acusações às pessoas, sem o provar. Isso é uma covardia. Fazem isso porque sabem que não se resolve nada em tribunal», disse.
Razões que levam o presidente do Governo a entender haver na Madeira «gente mal-formada, de mau carácter e que tem inveja dos outros». Gente que «durante muitos anos roubou os madeirenses e que agora aparece a acusar tudo e todos, quando eles são ricos por conta do que roubaram aos madeirenses», disse Alberto João Jardim.
À margem do evento, quando instado a comentar o facto de Sócrates ter dito ontem, na sua visita à Madeira, que o governo socialista tinha sido solidário com a Região após o 20 de Fevereiro, Jardim salientou que, para ter a Lei de Meios, a Madeira teve de prescindir da nova Lei das Finanças Regionais. «Até os aluviões serviram para chantagem política da Madeira», frisou.
Quanto ao futuro, Jardim disse que o Governo Regional vai continuar a sua estratégia de dar mais prioridade ao emprego do que ao défice.

A OBRA

O presidente do Governo Regional inaugurou ontem a Lota do Paul do Mar, no concelho da Calheta. A obra, realizada pela Secretaria Regional do Ambiente e dos Recursos Naturais, representou um investimento superior a 525 mil euros, apoiados pela União Europeia e pelo Orçamento Regional. A lota constitui mais um apoio ao sector pesqueiro da Região, que passará a contar com mais uma zona de descarga, armazenamento e venda de pescado. O edifício tem dois pisos, dotados, entre outros, de uma câmara de refrigerados para cerca de 10 toneladas e de uma fábrica de gelo em placa com produção diária de 1,5 toneladas.
Fonte:
Jornal da Madeira /Anete Marques Joaquim

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