domingo, 24 de julho de 2011

«Este é o nosso Porto Santo»

«Se não está sol aqui, não está em lado nenhum». Foi assim que Idelso e Maria José Cruz responderam ao JM sobre o porquê da escolha da praia do Paul do Mar para uma ida a banhos. Trata-se de um espaço pequeno, sem balneários, mas com direito a duche, calhau limpo (disseram-nos que a limpeza é feita um grupo de cidadãos que ali frequenta diariamente) e mar “transparente”. Aliado a todas estas «qualidades que a praia oferece, há a acrescentar que não pagamos estacionamento, não pagamos o acesso ao mar e temos café à porta da praia, podendo usá-lo a qualquer hora e até para almoçar».
Maria José diz mesmo que não dispensa, aos fins-de-semana, um pulinho ao Paul do Mar, o qual tornou-se em paragem obrigatória.
«E se nos der na cabeça ainda passamos pela festa da lapa», dizia-nos sem prever qual a hora de regresso a casa.
Emanuel Sousa, é outro elemento de um grupo de 15 pessoas que se desloca, todos os fins-de-semana e feriados, à praia do Paul do Mar. Freguesia para onde, nestes últimos três dias, todos os caminhos foram lá bater.
Emanuel Sousa não tem dúvidas de que «este (aquele acesso ao mar) é o nosso Porto Santo».
«Trazemos sandes, cervejas, sumos e iogurtes e passamos aqui bons dias de praia, de manhã à noite», sublinhou aquele banhista que não troca, de maneira nenhuma, a praia do Paul do Mar por outra qualquer.
Ana Rita é outra que não dispensa uma ida à praia do Paul do Mar. «Todos os fins-de-semana, cá estou eu com o meu afilhado e outros amigos. Tem um ponto de encontro às 8 horas e 30 minutos e depois de cá chegarmos nunca temos hora para sair», referiu em declarações à nossa reportagem. O dia de ontem estava nublado em todo o Funchal e na zona oeste até a Calheta. A partir do Jardim do Mar, o céu estava “pintado” de outra cor, o que levou muita gente a procurar aquele destino para uma ida à praia. À hora em que a nossa equipa de reportagem passou pelo local, o calhau e a zona de cimento estavam totalmente preenchidos. No entanto, garantiram-nos o seguinte: «se quiser vier isto mesmo cheio, venha pela uma da tarde. Isto é uma alegria aqui. E todos nos damos bem. Somos uma grande família», desabava Emanuel Sousa.

Idalina Santos diz que há acessos para todos os gostos e bolsos
Na Calheta, o tempo não estava tão agradável. Nuvens “negras” ameaçavam, logo pela manhã, aquele que se esperava ser mais um dia de praia para muitas das pessoas que, habitualmente, ali se deslocam. Idalina Santos, sentada no muro que ladeia a praia de areia, dizia-nos que as perspectivas não eram boas. De qualquer forma, não se sentia arrependida dos quilómetros que percorreu para aceder à praia que é das que mais gosta.
«As pessoas têm muita opção. Há acessos ao mar para todos os gostos e todos os bolsos», adianta.
Aquela frequentadora assídua da praia da Calheta referiu que «tem estado bons dias de sol e muita gente costuma estar por aqui». Tem dias, segundo acrescentou «que visto da estrada, achamos que não há espaço nem para colocar uma toalha». No entanto, quando «quero fazer praia, venho muito cedo para conseguir espaço para estacionamento sem ter que pagar». Se vier cedo, «para além do dia de praia ficar mais barato, ainda consigo escolher o melhor lugar para estender a toalha. E na verdade, acaba sempre por haver lugar para todos», conforme acrescenta Idalina Santos, a qual vive no Funchal mas considera valer a pena gastar combustível para deslocar-se a uma praia mais distante de casa.
«Aquilo que poupo nas entradas e no estacionamento, gasto no combustível mas fujo do reboliço da cidade», afiança a banhista que tem preferência pelas praias de areia. Assim, a praia de Machico é, a par da Calheta, aquela que também a cativa.

Juntar o útil ao agradável
O Paul do Mar está a ser palco da Festa da Lapa, evento que tem levado muita gente à referida freguesia do concelho da Calheta. Muitos vão só para participar na iniciativa, enquanto outros juntam “o útil ao agradável” e, depois de terminarem um dia de praia, dedicam-se a umas lapinhas ou camarões.
Todos os que falámos e que ali se encontravam para desfrutar de um dia de praia iam aproveitar a Festa da Lapa e prolongar, por isso, o seu regresso a casa. «Hoje seja o que Deus quiser. Não sei a que horas volto a casa», dizia um dos casais com quem conversámos num bar junto à praia do Paul do Mar.
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Fonte: Jornal da Madeira/Carla Ribeiro

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