domingo, 11 de setembro de 2011

Jardim acusa Rodrigues de “envenenar” a coligação

O presidente do PSD-Madeira iniciou os comícios de uma forma diferente, afirmando que «não queria dizer sempre a mesma coisa», porque, segundo afirmou, «o diário do Blandy, grande inimigo do povo madeirense, em vez de dizer o que é que eu digo de novo todos os dias, diz que foi sempre a mesma coisa para o povo não saber o que eu digo».

Alberto João Jardim acusou, depois, o líder popular e candidato do CDS-PP, José Manuel Rodrigues, a quem chamou de “Sr. Rodrigues”, de estar a «tentar envenenar» a coligação governamental em Lisboa.
Tal como referiu Jardim, «mesmo em Lisboa, ele está a tentar envenenar as relações entre o PSD e o CDS, porque em Lisboa, sim, não há maioria e é preciso haver uma coligação e esse cavalheiro que faz todas essas pouca vergonhas na Madeira, está a tentar envenenar a coligação. Tomem cuidado com o CDS».
Primeiro no jantar-comício no Paul do Mar, numa tenda montada junto ao polidesportivo local e depois no centro de São Vicente, Alberto João Jardim disse que os seus companheiros de partido em Lisboa «já estão de olho nele», pedindo aos eleitores madeirenses para que «tomem cuidado com o CDS».
«Eles, fazendo-se uns cristãozinhos, benzendo-se, não com a mão direita, mas com a mão esquerda, estão, de facto, aqui na Madeira, ao serviço da esquerda», declarou o líder social-democrata, desfazendo promessas dos populares. «Enquanto o Governo diz que não é possível fazer mais hospitais, tal como disse o ministro da Saúde, esta semana, o que faz o CDS? Vem e diz que vão fazer um hospital, só que não diz onde está o dinheiro. Isto não é brincar com o povo e faltar ao respeito com as pessoas», questionou.
Jardim reiterou outra ideia que tem vindo a alertar aos eleitores, sobretudo no concelho da Calheta, onde dos populares conquistam alguns resultados, de que um voto no CDS é menos um no PSD, mas mais um no PS. «Um voto no CDS é, indirectamente, um voto a favor do Partido Socialista que roubou a Madeira para os socialistas serem governo na Madeira», disse, questionando se as pessoas querem para presidente do Governo Regional, «um dos homens que esteve na jogada com o Sócrates para roubar dinheiro ao povo madeirense». E acrescentou: «Esse tipo, se o PS ganhasse as eleições na Madeira, seria o vosso presidente, o homem que vos roubou».
«Todos sabem a lei que eles fizeram para nos roubar dinheiro e os Açores receberem três vezes mais que a gente e o dinheiro nosso também ir em parte para os cofres de Lisboa», acusou o presidente do PSD-M, salientando que nessa mesma altura «o CDS fez como Pôncio Pilatos, lavou as mãos e é cúmplice do Governo socialista».
Mas a última “palhaçada” do CDS do “Sr. Rodrigues” foi ter pegado «nuns computadores velhos de uma empresa falida, de uma familiar de uma candidata deles, e entregar a uma instituição social, dando às pessoas coisas velhas como se fossem trastes».
Alberto João Jardim salientou que fez uma «revolução na Madeira», na qual «não foi preciso tiros, não foi preciso insultar ninguém, não foi preciso bater em ninguém, não foi preciso ameaçar a casa de ninguém, o que foi preciso foi dar às pessoas o que não tinham, a saúde, a educação, a casa e isto foi uma verdadeira revolução, sendo por isso que a direita não gosta de nós».
Jardim afirmou que quem enfrenta o PS e o PCP é o PSD. «Se não fosse o PSD, os comunistas e os socialistas tinham celindrado esses senhores da direita na Madeira. Fomos nós que exigimos respeito a toda a gente, fosse da direita ou fosse da esquerda».
«Sabem o que fizeram esses senhores do CDS, dizendo-se cristãos? Tentaram fechar o Jornal da Madeira que tem sido a voz da Igreja na Madeira, para que o outro, é o diário dos ingleses que pôs lá uns comunistas e socialistas, mas que são mercenários que é para fazer o jogo dos capitalistas ingleses da "Madeira Velha", ver se destrói o PSD e ver se isto volta para trás. Mas, com o vosso apoio isto não volta para trás», explicou, adiantando que «esses cristãozinhos foram para a Assembleia da República, arranjam um problema para ver se conseguem fechar o Jornal da Madeira, para o Blandy ficar com o monopólio dos diários e para voltarmos ao capitalismo inglês e só a sua voz se poder ouvir na nossa terra».
Jardim recordou que, ao longo dos mais de 30 anos que tem de Governo, «a oposição foi contra as obras que se fizeram». Com o CDS na mira, o líder social-democrata reiterou que não precisa de fazer alianças com o CDS, partido mais interessado em levar o PS ao poder na Região. Jardim disse acreditar que o PSD vai «ter uma maioria daquelas de arrebentar» no próximo dia 9 de Outubro.
Alberto João Jardim definiu como objectivos para os próximos quatro anos, a realização de um acordo financeiro com o Executivo da República para resolver os custos da «resistência às medidas do PS», à qual atribuiu o aumento da dívida regional.
«É preciso pôr as finanças em ordem para levar isto para a frente e poder pagar os atrasos que estão por pagar», disse Alberto João Jardim, revelando que esse é um assunto que está a ser tratado com o novo Governo de Lisboa.
Manter o estado social «porque os próximos dois anos vão ser muito difíceis», alargar os poderes da Autonomia e concluir as obras que estão no terreno, são outros dos objectivos traçados por Alberto João Jardim.
Fonte: Jornal da Madeira /Miguel Fernandes

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