sábado, 25 de fevereiro de 2012

Lancha voadora ligada a 3,6 toneladas de cocaína

A “lancha voadora”, com 14 metros de comprimento e com quatro motores de 350 cavalos cada, que aportou no pequeno cais do Paul do Mar, com três homens, anteontem, por volta das 19.20 horas, os quais abandonaram a embarcação e desapareceram naquela pacata localidade, muito provavelmente está relacionada com a apreensão de um pesqueiro que tinha a bordo 3,6 toneladas de cocaína. A apreensão do barco de pesca galego “Ratonero” ocorreu numa operação levada a efeito pelas autoridades espanholas, quando este navegava no Atlântico, a cerca de 800 milhas entre a Madeira e os Açores, quarta-feira, de madrugada, cuja embarcação segue sob a vigilância da armada espanhola em direcção à Galiza, onde deverá encostar dentro de dois ou três dias. Ainda segundo notícias de um jornal da Galiza, a apreensão do pesqueiro motivou a detenção de cinco pessoas, sendo três galegos, um uruguaio e um colombiano, que poderá ser o controlador do desfecho daquela droga, tendo em conta a presumível proveniência (Colômbia). A lancha rápida tudo indica ter saído da Galiza em direcção ao pesqueiro, para proceder ao transbordo da droga, no navio “mãe”, para possível distribuição, mas quando os suspeitos traficantes se aperceberam da armada espanhola fugiram. Acontece que, na maioria dos casos, estes indivíduos não conseguem reabastecer os depósitos e decidem ir em direcção à terra mais próxima. Um facto que leva a pensar que só um acidente de percurso é que levou aquela lancha ao Paul do Mar por se encontrar na rota mais próxima. A lancha rápida foi vista a aproximar-se do pequeno porto de pesca do Paul do Mar, a navegar muito lentamente. Os três tripulantes, com fatos de pescador e cara encoberta, saltaram para terra e abandonaram a embarcação muito apressadamente, sendo vistos a desaparecer por entre aquela freguesia pacata. Ontem à noite, os indivíduos não tinham sido ainda encontrados. A Polícia Judiciária confirmou a apreensão daquela lancha rápida, no âmbito de uma operação de cooperação internacional e que decorria diligências no sentido de localizar os indivíduos. A lancha foi retirada do mar, com recurso a uma grua, e foi transportada para a Unidade de Apoio ao Comando da Zona Militar da Madeira, em São Martinho, onde ficará, enquanto decorrem as investigações das autoridades nacionais e estrangeiras. Amaral Frazão, comandante da Zona Marítima da Madeira, confirmou ontem que a embarcação não estava identificada. «Do ponto de vista da autoridade marítima, uma das nossas grandes preocupações fez com que mantivéssemos desde anteontem, à noite, agentes da Polícia Marítima no local e uma lancha da Polícia Marítima amarrada a uma bóia ao largo, para a eventualidade de a poderem rebocar para um sítio mais seguro, caso ganhasse flutuabilidade», explicou Amaral Frazão. «Foi basicamente isso que estivemos a fazer, com a colaboração da PSP, da GNR e de muitos populares que nos deram uma preciosa ajuda para “agarrar” esta embarcação, de cerca de 14 metros, pesada e com muita água», acrescentou Frazão.O comandante disse ainda que a Polícia Marítima esteve presente no local com o «intuito de preservar os meios de prova», uma vez que este processo decorre sob a égide da Polícia Judiciária.
Fonte:  Ferdinando Bettencourt / Jornal da Madeira

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