sábado, 11 de setembro de 2010

Última fase do 'Lonarte'


A artista japonesa Kimiko Yoshida marcou presença ontem na Calheta, na inauguração da última fase do projecto de arte pública 'Lonarte', que movimentou a promenade da praia durante o Verão. Kimiko é uma das participantes nesta iniciativa, a par da norueguesa Lisbeth Nilsen, de Araci Tanan, do Brasil, de Robert Brandy (Luxemburgo), Daniela Ribeiro (Moçambique), de João Moniz e João Fonte Santa (artistas continentais) e dos madeirenses Duarte Encarnação e Rute Pereira.
O vice-presidente da Câmara Municipal da Calheta, Carlos Teles, enfatizou ao DIÁRIO o "sucesso" do Lonarte.
"Penso que os principais objectivos foram conseguidos. Conseguimos trazer a arte até às pessoas, e também angariar alguma verba para a área social da Câmara (...). Tivemos grandes artistas a participar, regionais, nacionais e internacionais de grande renome. É disso exemplo Kimiko Yoshida", disse.
Questionado sobre se a iniciativa do Lonarte (coordenada por Luís Guilherme de Nóbrega) foi efectivamente compreendida pela população, Carlos Teles admitiu saber que "é muito difícil ainda, aqui na Madeira (e na Calheta, que não foge à regra) fazer com que as pessoas adiram à arte. Mas penso que é com este tipo de trabalho que vamos conseguir. Não é um trabalho que se faça de um dia para o outro, nem num só Verão. Mas temos de começar por algum lado". E, dos milhares de pessoas que passaram pela Calheta nesta estação estival, o nosso interlocutor está convicto de que certamente "largas centenas" repararam nas obras em exposição, e consultaram os prospectos com o currículo dos artistas e referências sobre os seus trabalhos.
"Queremos fazer da Calheta uma referência cultural", acrescentou.
Por seu turno, Kimiko Yoshida, que já expôs anteriormente na Madeira, no Centro das Artes, diz que esta participação no Lonarte "é de facto muito diferente de uma mostra individual numa galeria".
"É realmente interessante, porque a arte torna-se viva, vai ao encontro das pessoas. É uma boa ideia, uma outra forma de comunicar, de suscitar o interesse e a curiosidade das pessoas".
Kimiko Yoshida já realizou também trabalhos de arte pública: em Hasselt, na Bélgica, expôs a mesma imagem que agora apresenta na Calheta, num espaço de 100 metros quadrados em frente a um museu.
A artista japonesa, mas residente na Europa, expõe actualmente na Maison Européenne de La Photographie, em Paris, onde apresenta a mostra 'Là où je ne suis pas'.
Hoje, na Galeria dos Prazeres, pelas 19 horas, será inaugurada a exposição das obras que estiveram na génese do projecto Lonarte, ou seja, das impressões em lonas apresentadas ao público na praia calhetense; simultaneamente, será inaugurada uma exposição individual de Kimiko Yoshida, intitulada 'Painting. Self Portrait' e constituída por 13 fotografias, complementadas por um vídeo que mostra 400 auto-retratos da artista.
A empresa 'Manufactura Tapeçarias de Portalegre' fará, aliás, uma tapeçaria a partir de um trabalho da artista japonesa. Vera Fino, da MTP, esteve ontem na Calheta, disse achar o 'Lonarte' muito interessante e manifestou-se segura de que a tapeçaria resultará muito bem.
Fonte: Diário/Luís Rocha

Sem comentários: