
A 26 de Dezembro de 2008, às 22 horas, uma derrocada deu cabo dos 'cacifos' (lojas) onde os pescadores do Paul do Mar guardam o material de pesca. Os prejuízos materiais foram elevados. Entre motores de embarcações, lanternas, baterias, combustível, congeladores e outro artefactos da faina marítima.
Os pescadores ficaram 'a arder' uma vez que o seguro 'não pega' nos prejuízos em pertences fora das canoas. Ainda por cima, quando em Março de 2003 sete das 11 embarcações foram vítimas da 'levadia' quando, provisoriamente, tiveram de deslocar as canoas para o outro lado da freguesia, na Ribeira das Galinhas.
Acontece que, mês e meio depois da derrocada, o local continua por limpar. A única intervenção que foi feita, para turista passar, foi a limpeza da vereda que liga o Paul do Mar aos Prazeres. Ainda assim, a protecção é duvidosa. O entulho caiu em cima dos 'cacifos'.
O contentor que serve de lota também foi afastado da rocha mas uma 'levadia', a semana passada, já 'brincou' com ele. O guincho que ajuda a varar as canoas também desapareceu sendo prejudicada a retirada de barcos da água.
Os 'cacifos' foram construídos pela Câmara da Calheta e cedidos gratuitamente aos pescadores. A antiga lota foi destruída em 2003 para ampliação do cais (ver destaque), não há gelo ou posto de combustível e o porto de pesca mais próximo é em Câmara de Lobos.
Numa zona de várias tutelas (Câmara da Calheta, Capitania, Portos, Direcção de Pescas ou até Equipamento Social), os pescadores denunciam falta de articulação e comunicação entre entidades e pedem que os problemas se resolvam. Que o talude seja limpo e consolidado (houve dinheiro para consolidar outros locais) e os 'cacifos' reactivados.
Contactado pelo DIÁRIO, o presidente da Junta de Freguesia do Paul do Mar, José da Silva Gonçalves, disse que comunicou a derrocada à Câmara. A 1.ª fase da limpeza do talude foi feita mas, segundo o autarca, porque só existe um rocheiro e o tempo não tem ajudado, falta limpar uma parte antes de meter a máquina na zona dos 'cacifos'.
Relativamente ao facto de a lota funcionar num contentor terceiro-mundista, José Gonçalves espera que este ano (de Autárquicas) o caso se resolva. Ainda na semana passada um responsável foi ao Paul do Mar e já existe um espaço junto ao cais para o efeito (sobre colunas) enquadrável na futura reformulação da frente-mar da freguesia.
À espera de uma lota decente
Recorde-se que a ampliação do cais do Paul do Mar e melhoramento do varadouro e zona balnear adjacente foi inaugurada a 21 de Abril de 2004. Na altura, o chefe do Executivo utilizou o navio 'Independência' para o efeito. E para que a acostagem fosse feita sem problemas foram detonados pedregulhos existentes no fundo do mar.
As obras consistiram no alargamento e prolongamento do cais já existente, ficando o actual com uma largura de oito metros e com um comprimento acostável de 130 metros. A obra ascendeu a um total de 4,2 milhões de euros, sendo que parte desta fatia também possibilitou a reparação, o alargamento e a protecção da rampa de varadouro, esta última uma velha aspiração dos pescadores da localidade. Entretanto, a lota passou a funcionar num contentor improvisado na esperança de construir um lota decente num edifício ali perto. Até hoje.
Fonte: Diário de Notícias /Emanuel Silva
Fonte: Diário de Notícias /Emanuel Silva

1 comentário:
Realmente é uma vergonha.
A Camara é sempre a mesma coisa. Para fazerem alguma coisa tem de ser antes das eleições para conseguirem votos.. Até lá os pescadores que não têm culpa e a população da freguesia é que tem que esperar e suportar com as más condições.
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